quarta-feira, 28 de abril de 2010

D - O - R


Que coisa engraçada.... pensei muito no blog enquanto sofria BARBARAMENTE as dores de algo que não sei bem o que foi.

Tenho certeza que pensar no blog era a vontade (1) de partilhar pensamentos (2) de escancarar as dores que geralmente guardamos só para nós (3) de poder gritar.

Tenho sentido isso, vontade de expressar, de dizer, de mostrar... A RE-NOVA-DA paixão pela fotografia tem feito parte enorme nisso. Os textos jurídicos que escrevo são uma face disso (e eu tenho que ser mais rigoroso na sua produção).

Mas hoje foram as DORES o meu leitmotiv.

Às 7 da manha, recém-acordado, fui pego repentina e maciçamente por uma dor abdominal... não era queimação, não era pressão, não era cortante... Era uma sessão de socos como se o ROCK BALBOA estivesse querendo gravar mais um episódio da saga dele - e eu fosse aqueles pedaços de carne no frigorífico, das cenas classicas do Stallone treinando loucamente.

Na primeira dor, ja sabia que não resistiria. Não resisti. A Nívia (salve, esposa! Companheira, amiga, riso certo quando é preciso, mão forte quando eu necessito) me levou ao hospital. 02 minutos e eu estava sendo levado para a sala sei lá das quantas (com tanta dor, nem sei por onde andei).

E naquele instante, em que fui prontamente atendido, descobri algo que poderia ser um sentido para aqueles momentos que eu não sabia onde iriam desaguar: no instante em que me acolheram no hospital (particular, com plano de saúde, eis a questão!) pensei naqueles que não tinham a mesma regalia que eu; pensei em quem chega aos frangalhos numa fila de hospital e, por horas, só vai ter mesmo é o acompanhamento de outros tantos iguais a ele, com gritos tantos iguais aos dele.

E eu chorei.

Chorei menos pela minha dor: chorei pela fragilidade humana, pela pequenez do homem, pelas dores que outros tantos podiam estar sentindo sem chances de ajuda; chorei pelo que eu tinha e outros tantos não teriam: ATENÇÃO e RESPEITO.

Eu melhorei. Pelo menos das dores. Pelos menos momentaneamente. Disseram que era um ínfimo cálculo renal (ínfimo?! E como é um "razoável"?). Não acharam nada nos exames, seja porque já "foi embora", seja porque era minúsculo e imperceptível nos exames.

Mas eu ainda estou chorando. Por dentro. Pelo que tantos estão passando neste momento.

PS: já que tenho me aprofundado tanto no universo fotografico, não resisti ao fotojornalismo - com a dor mais controlada, tirei umas fotos para ilustrar a passagem deste dia "doloroso". A foto inicial é uma delas.

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