sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Coletivo Laboratório da Imagem: "Curso para professores: Aprender fotografia fazendo 2""

Coletivo-Laboratório da Imagem

Eu conheci o COLETIVO LABORATÓRIO DA IMAGEM no ano passado, quando tive um primeiro contato com um texto que dizia:

"Decifra-me ou te devoro"

É o célebre desafio da ESFINGE, imagem icônica egípcia que interroga, do alto de sua potência de pedra, o interlocutor temeroso.

ESFINGE é a representação que as grandes ANA MARIA SCHULTZE (arte/educadora, especialista, mestre e doutoranda em artes)  e  CACÁ DOMINIQUEINI (fotógrafa, artista plástica e arte/educadora com formação em Artes Visuais pela Puc-Campinas) dão para a o desafio de, através da fotografia, discutir e re-olhar as cidades, os ambientes que nos cercam, enfim: o desafio de nos reconhecermos perdidos e podermos nos encontrar dentro dos nossos ambientes cotidianos, que passam por nós sem que os percebamos integralmente. Como parte de nós - e nós, deles.


Nessa viagem do bem que as duas nos permitem, trocamos alguns emails entusiasmados (porque, de cá, eu também tenho minhas esfinges a querer me engolir - e eu a elas!) e, alegria grande, fui informado que..


Abriram as inscrições para o projeto APRENDER FOTOGRAFIA FAZENDO 2, que pretende explorar com os cursistas o equipamento fotográfico e suas possibilidades expressivas por meio da linguagem da fotografia, oferecendo subsídios aos participantes para o trabalho com a fotografia na escola e outros espaços educativos com os recursos disponíveis: câmeras analógicas, digitais, celulares etc. Público-alvo? Professores do ensino básico e outros interessados em fotografia, caso restem vagas.


O curso é VIA WEB, ou seja, na modalidade EaD - educação à distância, o que facilita participar e aumenta a capacidade de debates em níveis gigantescos!


Eu já marquei minha cadeira lá, porque a proposta de trabalhar o Direito no Ensino Superior, com apoio também na fotografia, é uma proposta t-e-n-t-a-d-o-r-a. Não é à toa que eu repito em sala de aula, diariamente:  "- Formar bacharéis é fácil. Difícil a ajudar a formar cidadãos".


A fotografia tem me ajudado nisso.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

PORTUGAL: meu maravilhoso PORTAL de entrada no Velho Continente

Museu do Carmo (Ruínas do Carmo)
Portão eu tenho lá em casa. Portão é o da garagem pra guardar o carro comprado com suor sagrado; pode ser de madeira, de ferro; alguns bem pintados, outros só no antiferrugem.  Portão, por mais chique, é uma porta com complexo de superioridade.

Portugal foi mais que um portão para mim: foi um P-O-R-T-A-L. Daqueles grandiosos, radiantes, prontos a marcar grandes conquistas, a simbolizar a imersão num novo tempo, a indicar a passagem para algo maior.

Portugal para mim foi um PORTAL de novidades, sensações, aprendizados, crescimento; experiências. Das melhores que eu um dia poderia pensar. Meu Portal para o Velho Continente.

Sesimbra
Dizem, zombeteiramente, que a terra de Camões é o revés da Europa, a sobra, o primo pobre. Eu olho nos olhos e digo de dedo em riste: estão loucos.

Lembro sempre que minhas impressões, como eu já disse aqui, são baseadas na minha experiência com a chamada "Grande Lisboa": fiquei hospedado em Sesimbra (maravilhosamente bem, diga-se de passagem; obrigado, Cleide!), uma pequena pérola litorânea que serve de balneário refinado para os lisboetas (semelhante a uma Guarapari para quem mora na nossa capital, Vitória); quase que diariamente estive em Lisboa; visitei rapidamente Sintra e Setúbal; é claro que fui à cidade de Fátima e seu consagrado Santuário .

Mas digo sem medo de errar:

Nessa curta jornada, o que vi - e pelo que me apaixonei - foi um país sério, de conversa "olhos nos olhos", com gente (até excessivamente) trabalhadora, que vem sabendo mesclar as benesses da modernidade com o culto delicado e sábio da cultura mais tradicional.

Um país onde o então Presidente da República e candidato à reeleição, Cavaco Silva, foi duramente confrontado pela repórter que com ele fazia uma entrevista préeleitoral, não sendo amenizado em nenhum de seus problemas, não podendo dar meias respostas, não conseguindo sair pela tangente... Eu vi isso. Ao vivo. Quase me encolhendo de surpresa no sofá.

Um lugar onde os economistas, analistas políticos e demais formadores de opinião respondiam sempre que perguntados qual a forma de Portugal fugir de qualquer ameaça de crise internacional: "Trabalhando mais".

Um lugar que tem os Pastéis de Belém - que não são iguais a qualquer dos outros pastéis de nata. A mística da coisa é totalmente verdadeira.

Um lugar que tem uma rádio só com fados e se chama Radio Amalia

Um lugar onde as pessoas não gastam muitas palavras para falar o que deve ser dito. Diretos e retos; falando preferencialmente a verdade.

Há problemas? É claro que há: por vezes, liguei o radar da sensibilidade (como diria Rubem Braga) e pude sentir pitadas de discriminação. Por ser brasileiro, mesmo. Como há ondas de nossos conterrâneos residindo lá (e trabalhando com seriedade, honestidade, ajudando o país a crescer e se fortalecer, ainda que nem sempre em condições oficiais), alguns lusitanos insistem em acreditar que somos causa de alguns problemas atuais seus (os casos de furtos e atos de violência tem aumentado flagrantemente); ou que estamos tomando postos de trabalho do povo local. Ou... sei lá porque! Só sei que é comum ver entrevistas, pesquisas dessas de TV, ou mesmo em conversas amenas ouvir o português dizer: "- Não gosto dos brasileiros".

Rapidamente, sempre que possível, eu me fazia mostrar como turista (se é que eles acreditavam), e insistia em fugir do lugar comum do viajante alienado: debatia as tradições, perguntava sobre a cultura, mostrava o que eu conhecia, elogiava - ou criticava, já que falava francamente, oras - e, na imensa maioria das vezes, entrei e saí de qualquer lugar sem tomar uma "patada".

Não foi uma ilusão: foi uma realidade fantástica. Assim é melhor. E surpreendente. E me causa saudades saborosas, daquelas que nos obrigam a dizer: "Volto logo, sem dúvida".
Aeroporto Galeão

Castelo de Sesimbra

Jardins do Castelo de Sesimbra (Eu, Nívia, Cleide - nossa anfitriã, Jane e Michel)


Igreja N.S. do Cabo Espichel

Belém - Padrão dos Descobrimentos e Rio Tejo

Torre de Belém

Forte de Sesimbra

Praça do Comércio - Lisboa

Miradouro das Portas do Sol

Castelo de São Jorge

Sesimbra - nosso repouso sempre tranquilo

Santuário de Fátima

Polvo se exibindo para a câmera do fotógrafo em meio às sombras (Oceanário)

Ocenário (e o mascote, Vasco)