Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.2221, 15.06.2011, p.174:
...Temer reúne no Palácio do Jaburu a corte de homens de cabelo pintados ou transplantados em que consiste a fina flor do PMDB. Presidencialmente, vai ao encontro da presidente Dilma como quem vai a uma conferência de cúpula, potência contra potência. Ao contrário de mansos aliados, como foram os vices José Alencar, para Lula, e Marco Maciel, para FHC, sua Excelência Reverendíssima lidera uma facção rival.
Semelhante situação decorre de um desentendimento grave, que queiram os céus não venha a se revelar fatal, quanto à natureza da coligação entre PT e PMDB. O PT entende que ao PMDB devem caber alguns ministérios em troca de votar com o Governo no Congresso. Já o PMDB se pretende sócio do poder, ao mesmo título que o PT. Nesse atrito, Dilma é criticada pelas virtudes - como a de resistir à ganância por cargos e verbas - e engambelada por eufemismos como "articulação política", apelido do balcão de negócios em que se desferirão as facadas. Haja estômago para digerir tanta gororoba. Para o da presidente, visivelmente está difícil. Nunca é bom ter alguém infeliz, não importa em que cargo. Pior se for na Presidência. Disfarce, presidente. Sorria. As condições são adversas, mas, se acharem que a senhora está satisfeita, muito à vontade e dona de si, avançarão com mais cuidado.
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